segunda-feira, 9 de maio de 2011

Espaço CDI constrói Mapa de Acessibilidade


CDI Comunidade constrói Mapa de Acessibilidade

Os problemas de acessibilidade são muito maiores do que se imagina. Essa realidade é vivenciada por muitos dos educandos que frequentam o Educandário São João Batista, um centro de reabilitação física, localizado na zona sul de Porto Alegre e parceiro da ONG CDI.
"Para nós uma simples escada pode se transformar em um muro."
Comenta Wesley de Souza Silveira , 10 anos.
 (foto)
Essa realidade e outras dificuldades são abordadas por Wesley e seus colegas no dia-a-dia durante as aulas no CDI Comunidade. Entre outros assuntos discutidos com Franciele Padilha (educadora social)
e Betha Medeiros (coordenadora), a falta de acessibilidade fica entre os temas que mais geram comentários. A coordenadora salienta que esta discussão é bem forte, trazida para dentro da sala de aula tanto pelos pais e familiares, que também fazem cursos no local, como pelos próprios educandos.
Betha complementa: "O termo acessibilidade somente se aplica quando o indivíduo portador de necessidades especiais, consegue de maneira independente, acessar locais sem o auxílio de outras pessoas. A realidade atual está bem diferente e melhor pois existem muitas políticas públicas voltadas para esta questão, entretanto muito ainda tem que ser melhorado. Com base no tema escolhido pelos nossos educandos, foi criado um mapa colaborativo no google maps chamado de Mapa da Acessibilidade". 
Cada um vai poder fazer a diferença, diz Cristiano Marchioretto, assistente pedagógico do escritório regional do CDI que auxiliou a educadora e os educandos do CDI Comunidade na criação do mapa. "Toda a comunidade poderá participar. Essa é a idéia dos educandos. Quando outras pessoas se envolvem e nos ajudam a identificar os pontos sem acessibilidade, podemos no coletivo transformar a realidade atual, pois esta não é uma reivindicação isolada. Os orgãos públicos competentes serão acionados para contribuirem com a padronização desses pontos."

Participe!Acesse o blog e saiba como usar o Mapa Colaborativo
http://tgacessibilidade.blogspot.com/


Por 15 anos, o CDI vem fazendo exatamente isso: capacitando indivíduos de diversas idades, pertencentes a grupos desfavorecidos, a extrair o melhor das tecnologias da informação e comunicação. Eles se apropriam da ferramenta tecnológica para exercer plenamente suas capacidades, criar novas oportunidades e enfrentar os desafios que afetam seu dia-a-dia e suas comunidades. Os CDIs Comunidade são centros de excelência no ensino da informática, aliado à aprendizagem de outros conteúdos, como cidadania e empreendedorismo, que contribuem para a autonomia e a formação crítica do educador e do aluno.

Cada um desses espaços do CDI resulta de parceria com uma organização de base popular, reconhecida e respeitada no local onde funciona. As organizações comunitárias parceiras fornecem a infraestrutura necessária e o CDI disponibiliza os computadores e softwares para as aulas, além de implementar sua proposta pedagógica nos cursos, acompanhar o desempenho das turmas e avaliar os resultados. A metodologia CDI prevê que os alunos usem a tecnologia para levantar soluções para um problema da comunidade que eles próprios escolheram enfrentar e superar.

Esse processo envolve reflexões em grupo, debates, propostas, planejamento, execução de um plano de ação e conclusão do "projeto social”, tudo desenvolvido de modo participativo, visando unir esforços e talentos para mudar o cenário da realidade.
Então, apoiado pelos educadores, os alunos usam as habilidades técnicas que aprenderam em sala de aula para mobilizar suas comunidades, fazer campanhas de conscientização e pesquisas, e trabalhar juntos para atingir um fim específico. O método de aprendizagem CDI permite fazer das pessoas cidadãos ativos e mais bem informados, comprometidos com a mudança social e capazes de exercer o papel de agentes de transformação em suas comunidades, multiplicando as boas experiências e exemplos. E esse método se baseia em conceitos do renomado educador brasileiro Paulo Freire, que acreditava que a educação deveria ser usada como ferramenta para a mudança social e a formação cidadã. Ele defendia o desenvolvimento da consciência crítica a partir do diálogo ativo entre aluno e professor. De acordo com Freire, os alunos devem ser estimulados a refletir sobre o mundo à sua volta, questionar e propor mudanças, visando à transformação de suas vidas e a de suas comunidades. A proposta pedagógica do CDI foi cuidadosamente pensada para refletir as teorias de Freire e adaptá-las à era digital.
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